terça-feira, 9 de abril de 2013

Continuamos explorando os Brasis

E em fevereiro de 2010 fomos para a Chapada Diamantina. Neste mês completamos 10 anos caminhando juntos e fazer esta viagem foi maravilhoso!! A Chapada Diamantina fica a 400 quilômetros de Salvador e reúne cânions, quedas d'agua, rios, cavernas e mistura mata atlântica, cerrado e caatinga em um só cenário.

Lençóis, a principal orta de entrada para a Chapada


 Orquídeas


Suas construções, igrejas e ruas estreitas datam de 1920


 Estalactites na Gruta da fumaça

Estalactite e estalagmite






 Morro do Pai Inácio

E estando no Brasil conhecemos muitos Brasis!!

Ainda em 2009, no mês de dezembro viajamos para Recife de carro. E nesta aventura trazíamos na mala bastante saudade. A cada marco quilométrico vencido aumentava a ansiedade de logo chegarmos a Recife.

Em Recife celebramos a chegada de 2010 na Praia de Boa Viagem. E começamos com muita  luz!!

Como tudo que é bom dura pouco, assim reza o dito popular, logo chegou a data de retornamos a Salvador, mas antes de chegarmos ao destino final fomos até Penedo visitar um casal de amigos Anderson e Simone. E em Penedo fomos até a foz do Rio São Francisco, em Piaçabuçu. Local onde o rio deságua no mar. E foi em Penedo que recebi a notícia que havia passado no vestibular da UFBA, marco do meu recomeço.






 No restaurante Forte da Rocheira apreciamos carne de jacaré, a princípio achei que não gostaria mas me surpreendeu.



 Passeio pelas ruas de Penedo.
 Travessia de Penedo para Propiá, a segunda capital do frevo srsrsrs. De lá seguiríamos viagem até Salvador

Mas antes de pegarmos a estrada fomos até o mercado de barro de Santana do São Francisco e compramos porquinhos de barro por R$0,50.

domingo, 7 de abril de 2013

Com quantos Brasis se faz um país chamado Brasil?!

"Brasil!
Com quantos Brasis
Se faz um Brasil?
Com quantos Brasis
Se faz um país?
Chamado Brasil!"

REPERCUSSÃO DO JI DE JOÃO

E esta situação pelo qual nosso filhote passou rendeu muito pano pra manga. Ao compartilhar com nossos familiares o sentimento de revolta foi geral, a negação ao nosso sotaque ao que usualmente utilizamos gerou desconforto e também aprendizado. Na Faculdade de Educação(FACED-UFBA) este assunto foi exposto nas diversas aulas e bastante debatido. E ainda no ano de 2010 tive contato com a disciplina Linguagem e Educação e tive a oportunidade de conhecer mais sobre a variação linguística.

O que é variação linguística?
Entende-se por variação linguística os vários falares entre falantes de uma língua. Em se tratando da língua portuguesa, pode-se citar como uma das principais variações a diferença entre os falares do Brasil e de Portugal. 
No Brasil temos muitos falares. Essa variação é justificada não apenas pelo fato histórico, que, necessariamente, leva a profundas transformações qualquer língua, como também pelas diferenças regionais, sociais, grau de escolaridade, sexo e principalmente pelas categorias profissionais. 
Dentro de uma mesma região, as pessoas formam pequenas comunidades que acabam criando, por repetição de hábitos e tendências, suas características, até não entendível por outras comunidades: presidiários, internautas, trabalhadores rurais, os urbanos, os políticos, etc. O que é muito importante compreender é que essas variações não devem ser vistas como 'erro' e sim – variações. 
A Sociolinguística é a ciência que procura estabelecer as fronteiras entre os diferentes falares de uma língua.

E foi justamente por não conhecer sobre a variação linguística que a professora do meu filhote chegou a me dizer que falávamos errado. Depois de ensinarmos a João o método fônico e ele ter voltado a participar das aulas a professora veio me falar que João estava ótimo e que tinha aprendido bem direitinho. Disse ainda que tinha aprendido na faculdade que não falávamos errado e sim diferente por sermos de outro estado. O ano de 2011 terminou com uma certeza João não continuaria naquela escola.

"JOTA" ou "JI" de João

Ainda em 2010 meu filhote João cursando o Grupo 5 da Educação Infantil foi acometido por uma não vontade de ir à escola, chorando sempre que o acordava  convidado-o para nos arrumarmos e ir até a escola. Preocupada com tal comportamento fui até a escola saber o que estava acontecendo. Nosso diálogo se deu desta forma:
Marcília: - Oi Fabiana!Bom dia!Olha Fabiana João tem chorado pra vir pra escola e insiste em dizer que não quer ir e quer ficar comigo, tá acontecendo alguma coisa, você tem percebido alguma mudança no comportamento de João?
Professora Fabiana: - Olhe Marcília aqui na sala na hora da rodinha João não tem participado e quando participa não reconhece nem a letra de seu nome.
Marcília: - Como é que é?!João não conhece o Jota?!Como assim?!
Fabiana:- Ele fala que a letra do nome dele é essa "jota", mas tá errado o nome da letra é "Ji". É que você fica falando errado e daí ele tá aprendendo errado.
Marcília: - ERRADO!!!Olha Fabiana se nós pais de João não tivessêmos conhecimento suficiente até permitiria você falar isto, mas temos conhecimento o bastante e NÃO FALAMOS ERRADO, SIMPLESMENTE TEMOS SOTAQUE PERTINENTE AO FATO DE SERMOS PERNAMBUCANOS. Pois para mim o jota só era ji na letra da música O ABC DO SERTÃO DE LUIZ GONZAGA. - Fui embora revoltada, meu filho vinha sendo exposto diante dos coleguinhas e sua auto-estima vinha sendo minada  devido a ignorância da professora em entender que não existe um único falar e sim diversos. Ao chegar em casa peguei o dicionário Aurélio, peguei também o notebook de brinquedo de João e em todas estas fontes o JOTA era JOTA. No dia seguinte nos dirigimos até a escola para apresentar nossos argumentos e acabar com este bombardeio contra nosso menino, nossa cultura e sobre nós mesmos. Chegando a escola fomos dirigidas a sala da coordenadora que nos disse que o jeito "com ji" era João aprender a forma que eles trabalhavam e passar a falar correto. Ainda assim apresentamos nosso material e argumentos e diante de nossa indignação fomos obrigados a ensinar a João o "ABC DO SERTÃO". Pois esta é a metodologia adota na Educação Infantil em Salvador. Como estratégia para também aprendermos o novo alfabeto fui colocando post-it pela casa e logo fomos aprendendo esta particularidade soteropolitana e dando muitas risadas!!!! Vejam vocês como é o alfabeto na Bahia.