E esta situação pelo qual nosso filhote passou rendeu muito pano pra manga. Ao compartilhar com nossos familiares o sentimento de revolta foi geral, a negação ao nosso sotaque ao que usualmente utilizamos gerou desconforto e também aprendizado. Na Faculdade de Educação(FACED-UFBA) este assunto foi exposto nas diversas aulas e bastante debatido. E ainda no ano de 2010 tive contato com a disciplina Linguagem e Educação e tive a oportunidade de conhecer mais sobre a variação linguística.
O que é variação linguística?
Entende-se por variação linguística os vários falares entre falantes de uma língua. Em se tratando da língua portuguesa, pode-se citar como uma das principais variações a diferença entre os falares do Brasil e de Portugal.
No Brasil temos muitos falares. Essa variação é justificada não apenas pelo fato histórico, que, necessariamente, leva a profundas transformações qualquer língua, como também pelas diferenças regionais, sociais, grau de escolaridade, sexo e principalmente pelas categorias profissionais.
Dentro de uma mesma região, as pessoas formam pequenas comunidades que acabam criando, por repetição de hábitos e tendências, suas características, até não entendível por outras comunidades: presidiários, internautas, trabalhadores rurais, os urbanos, os políticos, etc. O que é muito importante compreender é que essas variações não devem ser vistas como 'erro' e sim – variações.
A Sociolinguística é a ciência que procura estabelecer as fronteiras entre os diferentes falares de uma língua.
E foi justamente por não conhecer sobre a variação linguística que a professora do meu filhote chegou a me dizer que falávamos errado. Depois de ensinarmos a João o método fônico e ele ter voltado a participar das aulas a professora veio me falar que João estava ótimo e que tinha aprendido bem direitinho. Disse ainda que tinha aprendido na faculdade que não falávamos errado e sim diferente por sermos de outro estado. O ano de 2011 terminou com uma certeza João não continuaria naquela escola.